Outro dia me peguei pensando sobre qual seria o maior inimigos dos jogos, será que a comunidade tóxica que nós temos? Para muitos jogos, ainda mais nas modalidades on-line, foi criada uma rixa que não se via desde a época do Mega Drive vs. SNES, bem que as console wars nunca acabaram de verdade. Meninos ainda sendo meninos e vociferando: “O meu é melhor que o seu!” Não adianta dizer o quanto erramos naquela época, é quase uma batalha perdida tentar fazer com que as novas gerações parem de perpetuar nossos erros. Acho que a indústria dos videogames faz com que isso aconteça mesmo, um baita termômetro para saber onde e no que investir.
Mas, não, acho que essa comunidade desunida e que vive brigando por migalhas das produtoras sempre existiu. Talvez o inimigo seja a forma como os jogos estão sendo feitos agora, a mais rentável possível e que se tornem descartáveis rapidamente para ser vendida uma DLC ou uma continuação. Ou talvez a falta de culhões de muitas empresas em apostar e arriscar novas ideias e ver o pessoal INDIE praticamente criar tendências que serão usadas anos depois e ditas como revolucionárias por alguma empresa que nem ao menos se preocupou na época em dar destaque para o que eu diria ser inovação.
Não sei, acho que as franquias e o quanto se insiste com o mesmo personagem para arrancar o máximo dos fãs possa ser o problema, talvez seja culpa do público que não está mais preocupado em viver a experiência gamer – jogar e desfrutar de alguns momentos em algum mundo eletrônico cheio de aventura –, talvez eles prefiram ver outros vivendo isso e aí apenas assimilar as experiências passadas pelas redes sociais ou vídeos postados em redes que poderiam ter o mesmo nome, mas que de sociais pouco têm.
Acho que na verdade o tempo é o maior vilão, pois faz as pessoas esquecerem que já vivemos tudo isso e apenas repetimos muitas das coisas do passado, as mesmas atitudes esnobes, a mesma falta de interesse em saber mais e se informar. E fico me perguntando também o que acontecerá quando todos aqueles que jogaram ATARI 2600 não estiverem mais no mundo e digo aqueles que abriram o console e, vendo as maravilhosas artes das caixinhas, sonhavam com aviões voando baixo para derrotar navios e helicópteros ou ser um super boxeador, travar batalhas contra dragões, feiticeiros e sonhar que tudo aquilo acontecia não só em sua cabeça, mas na telinha da televisão.
Acho que o tempo é o maior inimigo mesmo, pouco se cultua o que chamamos de cultura gamer, muitas das coisas primordiais dessa época se perderam com o tempo. Talvez eu seja apenas mais um daqueles que viveu naquela geração e tenho visto mudanças bruscas tentando entender como lidar com tudo isso. Vivíamos numa época sem informações, onde a caça a algum divertimento eletrônico era quase uma peregrinação e tudo isso se foi: aquele desejo, vontade e principalmente a busca por ter suas próprias experiências. Bem, só o tempo dirá o que virá nesse futuro que não acredito ser muito promissor para a cultura gamer em geral.