Street Fighter 2 a continuação do jogo lançado pela CAPCOM em 1987 e que se tornaria a reinvenção de todos os jogos mano-a-mano, um contra o outro. Foi o verdadeiro xadrez eletrônico, a continuação que evolucionou cada jogo de luta conhecido até hoje. Seria até injusto dar tantos elogios a um jogo que apenas é uma continuação de algo já feito e que usa praticamente as mesmas fontes de seu antecessor, mas foi sua jogabilidade que o tornou o maior de todos os jogos de luta fighting vs. agora cada soco, chute, voadora possuem uma física e um sistema totalmente funcional, inclusive os golpes especiais (ou magias) possuem comandos que executados corretamente saíam sem depender da sorte, além de um sistema de combos quase perfeito (foi o primeiro jogo a ter um sistema de combo real e não acidental como Hiryu no Ken por ex). Ao invés de escolher dois personagens, você pode escolher oito, cada um com sua individualidade, história, seus próprios golpes e comandos específicos, sua física e seus comandos até então complicadíssimos já que na época um comando com 6 botões assustava muita gente ( a maioria dos jogos usava-se no máximo 3 botões). Não bastava apertar botões para vencer, era preciso pensar, era preciso bolar táticas de luta, era preciso dominar todos os comandos e golpes de seu personagem.

The World Warriors.

E por falar em comandos, pelo jogo possuir uma mecânica considerada avançada e de difícil domínio na época, cada vez mais jogadores pelo mundo começaram a se especializar no jogo pois o estímulo do duelo era fascinante, instigante e com isto, um bom equipamento era necessário. O Arcade original utilizava comandos e botões Happ Competition nos EUA e no Japão comandos e botões Sanwa. Ambos comandos excelentes mas com diferenças a qual cada jogador podia optar em qual melhor lhe servia apesar de que na época era raro jogadores possuírem controles Arcade em casa. Somente com a versão caseira para o Super Famicom/Super Nes alguns começaram já a fazer suas adaptações. No Brasil só tivemos acesso a versão pirata do Happ, chamada de Eletromatic.

As posições básicas que definiram os jogos de luta.

No lado esquerdo o comando e suas 8 direções : iniciando para trás sentido horário com defesa, defesa baixa, agachar, agachar avançando, frente, pulo para frente, pulo, pulo para trás. No lado direito iniciando por cima: soco fraco, soco médio, soco forte. Abaixo: chute fraco, chute médio, chute forte. Comandos jogando pelo lado esquerdo 1 player. No direito 2 player as direções se invertem.

Comando Happ.
Comando Sanwa.
Comando Eletromatic.
Painel de um Arcade de Street Fighter 2 Champion Edition.

O jogo rodava numa placa CPS1 que foi a primeira placa de Arcade da CAPCOM a permitir a troca de jogos substituindo apenas os cartuchos de rom ao invés da placa toda. Apesar de facilitar a vida dos donos de fliperama que não precisavam mais comprar uma placa inteira somente por causa de um título e com isto diminuir os gastos, facilitou também a pirataria de seus títulos em placas conhecidas como bootleg, a qual alguns jogos funcionavam tranquilamente, porém outros ficavam com problemas no som ou falhas e defeitos na imagem. Porém em muitos países, inclusive no Brasil raramente se via uma placa original, apenas placas piratas. A CAPCOM fez a mesma coisa que a SNK, lançou uma versão caseira de placa de Arcade, esta baseada na CPS1, chamada CPS Changer, lançada em 1994. Apenas 11 jogos foram lançados para esta plataforma e eles tem o formato da placa com case da CPS Dash. Infelizmente foi um fracasso pois a placa praticamente era uma supergun com imagem somente em AV, som apenas mono e seus controles eram os mesmos de Super Famicom/Super Nes o CPSF. O último jogo lançado para ela foi uma versão de Street Fighter Zero com cortes nas animações e som já que este jogo era uma versão da CPS2.

Capcom CPS Changer.

Acompanhava 1 controle Fighter Stick lançada originalmente para Super Famicom por causa do lançamento de Street Fighter 2 para o console em 1992 e um jogo de Street Fighter 2 Turbo Hyper Fighting.

A galinha dos ovos de ouro da CAPCOM gerou tantos filhotes que passa a franquia com mais continuações e spin-offs conhecida da empresa, Mega Man ou Rock Man para os íntimos. Só da série Street Fighter 2 foram 5 upgrades : Street Fighter 2’ Champion Edition, Street Fighter 2 Turbo, Super Street Fighter 2 The New Challegers, Super Street Fighter 2 X Grand Master Challenge e Hyper Street Fighter 2 Anniversary Edition. Todos com versões em Arcade e depois para Super Famicom/Nes, Mega Drive/Genesis, Game Boy, Sega Master System, 3DO, FM Towns, X68000, IBM PC, Commodore 64, DOS, Windows, Amiga, Atari ST e ZX Spectrum, fora as não-oficiais para Super Famicom/Nes, MSX. Super Street Fighter 2 X foi a versão que mais ganhou conversões e remakes, com versões para um quase remake apara Game Boy Advance em 2001, Anniversary Edition primeiramente para Playstation 2 e Xbox, depois para Arcades em 2003 e um remake em 2007 para PSN e XLIVE, e novamente em 2017 para Nintendo Switch com alterações e até um modo primeira pessoa. De todas estes upgrades, conversões, ports e versões, destaco duas:

De Super Famicom/Super Nes a primeira conversão caseira em 1992. Apesar da falta de alguns frames de movimento, sons e efeitos, possui um excelente gráfico mesmo não se equiparando ao original mas bem convertido. As vozes sofreram uma pequena alteração mas estão todas presentes, assim como as músicas e os personagens com seus golpes e magias. A jogabilidade está intacta comparada ao Arcade e na mesma velocidade com a vantagem de permitir um modo Vs com os mesmos personagens (através de um código) e com isto permitir mais variedade de combates, algo somente permitido no upgrade Street Fighter 2’ Champion Ediiton no Arcade no mesmo ano. Foi o primeiro cartucho de SF/SN a ter 16 megas e levar o console a atingir marcas astronômicas de vendas superando todos os outros da época. Pela complexidade do jogo, a Capcom preparou um controle semelhante ao do Arcade para que não se perdesse a mesma sensação já que o controle do videogame não próprio para este jogo, chamado Capcom Fighter Power Stick. Mais tarde outras empresas em especial a Hori lançou outros modelos com turbo, como pad, maiores, etc.

Street Fighter II para Super Famicom/Super Nes.
Capcom Fighter Power Stick o primeiro controle feito com seis botões para jogar ST2 como nos Arcades.


De Master System e esta na verdade só saiu em 1997 e só foi lançado no Brasil pela empresa Tec Toy com a licença da CAPCOM. O jogo possui elementos dos upgrades do Arcade como SF2 Champion Edition como logo do jogo, cenários, personagens e golpes. De SF2 Turbo Hyper Fighting vem a magia da Chun Li e de Super SF2 New Challengers os avatares dos personagens. O jogo é tão misturado que até seu enredo é diferente do original e com isto não há como dizer de qual SF2 ele é uma conversão sendo praticamente único. O jogo foi lançado num cartucho de 8 megas e apesar de possuir até vozes no jogo e ser a única conversão para consoles “de mesa” de 8-bits, ele possui controles péssimos e com isto jogabilidade quase nula, uma pena. Ao contrário do que diz em seu encarte, o jogo funciona sim no Master System e no Master System 2.

Totalmente inesperado na ocasião.
Um tesouro fora do Brasil.

Ganhou coletâneas a partir da quinta geração com Street Fighter Collection para Sega Saturn e Playstation em 1997 e depois junto com outros sucessos da Capcom como Final Fight, Strider, Avengers para Playstation 2 e XBOX chamadas de Capcom Classics Collection vol. 1 e 2 em 2005 e 2006 e, uma nova coletânea somente de jogos da série para Playstation 4, XONE, Nintendo Switch e Windows chamado Street Fighter 30TH Anniversary Collection em 2018. A série Zero/Alpha surgiu em 1995 (três jogos para Arcade, depois para Sega Saturn, Playstation , Game Boy Color, Super Famicom/Nes, Sega Dreamcast, Game Boy Advance e Sony PSP, e 1 coletânea caseira para Playstation 2 em 2006 chamada Street Fighter Zero/Alpha Antology), a série EX de 1996 com duas versões para Arcade e Playstation 1 e a terceira, exclusiva para Playstation 2, a série Crossover com personagens da Marvel ( Xmen, vs Street Fighter, Marvel Super Heroes vs Street Fighter, Marvel vs Capcom e Marvel vs Capcom 2, todos para Arcade e depois para Sega Saturn, Playstation, Sega Dreamcast, PSN e XLIVE. Marvel vs Capcom 3 e Ultimate Marvel vs Capcom 3 já saíram diretamente para Playstation 3, X360, PS Vita, Playstation 4 e XONE em 2011 e 2017 assim como sua continuação, Marvel vs Capcom: Infinite para Playstation 4, XONE e Windows PC em 2017. Tatsunoko vs Capcom em 2008 para Arcade e Nintendo Wii, fora alguns estranhos como a série Gem Mini Mix e Street Fighter The Movie (1 versão arcade, outra caseira, ambas com diferenças), uma tentativa de copiar seu maior rival de 1992 Mortal Kombat com gráficos digitalizados do próprio filme de 1994.

Mais um versus e agora contra toda legião de personagens vindos diretamente dos animes.

A série teve sua continuação em 1997 com Street Fighter 3: The New Generation, depois Street Fighter 3: Double Impact ainda em 1997 e terminou com Street Fighter 3RD Strike: Fight for The Future em 1999, todas para Arcade, Sega Dreamcast, Playstation 2, PSN e XLIVE. Quase 10 anos depois, em 2008 viria a continuação oficial: Street Fighter 4 que por enquanto gerou três jogos, sendo o último Ultra Street Fighter 4 de 2014. Sua última versão é Street Fighter 5 de 2016 e seu upgrade Street Fighter 5 Arcade Edition de 2018. Gerou mais de 100 clones, destes alguns tiveram até um certo sucesso e sua própria identidade como a série Mortal Kombat de 1992. Só foi superada de fato pela série The King of Fighters da empresa SNK em 1994.

Curiosidade:

Em 1992, a Revista americana EGM lançou uma brincadeira de 1 de Abril a qual se cumprido certos requisitos jogando Street Fighter 2, se enfrentaria um lutador lendário chamado Sheng Long. A brincadeira levou muitos jogadores á Loucura na época pois muitos acreditaram na história. Tanto foi levada a sério que nos anos seguintes acabou dando origem aos irmãos Gouki/Akuma e seu irmão Gouken que é o mestre de Ryu e Ken criando ai uma história mais detalhada sobre o passado de ambos, inclusive sobre o estilo de luta que agora se chamaria Ansatsuken. Há uma série iniciada no YouTube em 2014 chamada Street Fighter Assasin’s Fist que conta exatamente esta história em live-action. Que Sheng Long é o nome do golpe de Ryu e Ken todo mundo sabe, o que talvez tenha passado despercebido é que em 1995 a Technos lançou um jogo de luta Fighting Vs chamado Voltage Fighter Gowcaiser aonde um dos lutadores chama de fato Sheng Long, um lutador que enlouqueceu e se tornou um bandido. Sua personalidade não lembra em nada o mestre Gouken, porém seu golpes e até sua aparência se assemelham.

Street Fighter Assasin’s Fist.
Sheng Long de Voltage Fighter Gowcaiser.
Voltage Fighter Gowcaiser versão Playstation.
Street Fighter 2: The Wolrd Warrior Arcade.

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