Venho acompanhando o evento há alguns anos e todo ano consigo ser surpreendida. Ano passado não foi diferente, houve uma alteração no local do evento que eu acredito que veio para beneficiar a todos, então deixem-me falar sobre as minhas visões sobre a Brasil Game Show:

Minha visão como MULHER.

Vou tentar capturar o espírito de ser mulher num evento desses: Homens nos estandes! Estou procurando até agora, aparentemente há ainda aquela pequena discriminação para o público feminino. Raciocine comigo: estandes da Sony, Microsoft, Capcom, escolha um – qualquer um! – o que você vai ver? Pata de Camelo. Vocês sabem o que eu quero dizer, só tem mulher com aquelas calças de saco de lixo preto, fincadas, socadas, enfiadas no corpo das minas, e aqueles sapatos de salto alto. De boa, dá pena de ver – claro, ela é paga pra isso, claro, ela deve gostar de ficar lá chamando a atenção com seu corpo (ou não) -, mas pare para pensar: não dá pra esmagar umas bolas, não é mesmo? Pegar alguém do filme 300 e jogar lá, não? Eles colocam o Tiririca para os meus olhos e qualquer mina gostosa de hoje em dia pra vocês homens que possuem o membro de ouro, que por sinal devem bater altas continências nesses estandes, até eu, o que me deixa triste, mas claro, não estou indo lá para ver ou caçar homem, mas ao chegar lá, não tem como não reparar nisso, nesse nítido fato de que o a escolha das pessoas que vão ficar nos estandes é voltada para o público masculino. Tinha até atriz pornô dando rolê por lá, mas isso não vem ao caso. Acredito que possa haver melhorias nesse quesito, já foi o tempo em que a maioria que jogava era homem ou mesmo considerar videogame um brinquedinho de meninos, estamos em 2017, já.

Calças estilo saco de lixo de 100 litros


Minha visão como GAMER

Do evento em si, eu gosto, ando bastante para ver os lançamentos que não conhecia, vejo jogos que nunca iria parar pra ver num dia qualquer – o que me faz pensar no quanto eu acabo não aproveitando de tanto o que temos para ver ou experimentar. Sempre fico de escanteio observando tudo e todos, não costumo parar para jogar os lançamentos pela questão financeira, sabendo que não irei jogar aquele jogo tão cedo de novo. Ano que vem, pretendo fazer diferente e aproveitar o dia da imprensa que sempre é o mais vazio e deixar o final de semana, quando normalmente levo meu filho Erick, para ele aproveitar. Porém, sempre paro num estande de alguma coisa vermelha (acho que é o da KINGSTON) que deixa uns PCs rodando CS:GO para jogar e, obviamente, acabo parando para jogar, dividindo a fila com uns meninos de 14 anos que ficam gritando do seu lado enquanto você joga, basicamente um corujão na lan house. Uma coisa que sempre chama a minha atenção são as cadeiras, as malditas cadeiras gamers que têm travesseiro na lombar e no pescoço, que fazem você pensar na possibilidade de pegar uma, que por sinal sempre serão da DX RACER no meu caso, com preços até que camaradas, mas com quatro gatos em casa fico indecisa. Mas onde gosto mesmo de ficar é na parte dos arcades, máquinas multijogos, não vou nesse evento e não saio de lá sem jogar um Cadillacs and Dinosaurs, acabo sempre salvando com a ajuda de algum desconhecido que entra no meio do jogo. É isso que faz pra mim a essência da BGS, não importam os meus motivos de estar lá, só o fato de estar lá já agrega algo em minha vida gamer.

Outra Gamer comigo, Cintia Marangon

Minha visão como MÃE

Para ser mãe em um evento desse porte é necessário seguir alguns conselhos, que vou dar agora:

  • Dinheiro – Para comprar aquele mouse caríssimo que você quer mais até que seu filho e, é claro, adquirir jogos e camisetas que serão quase inevitáveis de comprar.
  • Preparação Física – Para andar muito e carregar tudo, de preferência leve uma bolsa grande para carregar revistas, brindes e as compras que você fizer, acredite: faz toda a diferença.
  • Preparação Mental – Tem que ter muita paciência para aguardar as filas que seus filhos irão querer ficar além dos estandes com músicas altas e a gritaria de toda a molecada que para você que vai cinco dias, assim como eu, cansam em algum momento.

Consegui levar meu filho Erick (11 anos na época) apenas no último dia do evento, graças ao pessoal do BONUS STAGE, que agradeço novamente pelo o ingresso cedido. Costumo usar uma frase com muita frequência para meu filho: “Como você é sem infância.” Brigo com ele por ter que obrigá-lo a ficar nas filas para aproveitar um jogo lançamento ou qualquer jogo utilizando o VR, até mesmo a indecisão dele de escolher o que ele quer comer. Mas apenas pela experiência dele estar em um evento desse porte, pela idade dele, acredito ter o seu valor em si. Na minha época não existiam eventos desse porte – bem, não tinha eventos de games de porte nenhum. Ano que vem estaremos de novo na BGS e lá estarei eu obrigando o Erick a ter uma infância plena, feliz e no mínimo divertida. Tenho que ressaltar que todos os anos o evento sempre disponibiliza ônibus que saem de alguma estação do metrô (no último ano, do metrô Jabaquara) e sempre totalmente gratuito que deixam a gente na porta, muito interessante, apesar de que foi meio difícil localizar de onde o ônibus estava saindo. Mas é sempre muito divertido, com o pessoal animado nas filas ou no próprio ônibus em si. O tempo de trajeto era insignificante, teve dia que até descemos antes por haver muito trânsito na entrada do evento.

Assim que chego, sempre tento me localizar, seja pelo mapinha que sempre está à disposição na entrada ou procurando o fliperama, que normalmente utilizamos como ponto de encontro. Naquele ano, o foco foi na sala de imprensa, que, por sinal, a cada ano que passa há uma evolução nessa sala. Senti falta da água com hortelã, mas compensaram com energético esse ano, o que foi muito legal para aguentar 5 dias andando por aí por mais de 8h, o que não é pra qualquer um. Tinha uns comes e bebes variados, mesas, cadeiras, pufes, cabos de rede, senha do Wi-Fi para a imprensa e tudo disponível para quem tinha essa credencial. No final, minha visão como integrante da IMPRENSA que faz a cobertura do evento também foi dada, então, agora nos vemos nesse ano em mais uma cobertura da Brasil Game Show, onde terei que ser MÃE, GAMER e MULHER mais uma vez e ainda ser jornalista, coisa que se percebe que ainda preciso melhorar e muito.

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