E 2020 já começa em meio a uma polêmica, aquela discussão que ainda ganha forma em grupos de retro gamers, aonde essa comparação sempre será feita, causando debates sem fim de qual é o melhor jogo. FINAL FIGHT ou STREETS OF RAGE?

E é o que pretendo definir hoje, mas claro baseado apenas em meus conhecimentos com jogos e outros, mas pretendo ser o mais imparcial possível, colocando apenas fatos no lugar de minhas lembranças ou sentimentos, já que tem alguns jogos de ambas franquias que amo e odeio, então vamos lá. No dia 23 de Janeiro de 2020 a página “O BOM DO VIDEOGAME” postou uma foto ilustrando a eterna rivalidade entre os jogos, mas eles colocaram os 16 bits dos consoles em evidência. Mas é claro que isso aconteceria, os embates entre fãs de Mega Drive e Super Nintendo continuam tão fortes como na época.

O Bom do Videogame sempre trazendo temas pertinentes para um debate nos grupos retrogamers

Mas não posso apenas falar desses consoles, preciso considerar outros fatores, na verdade, outras plataformas e para ser mais exato, os fliperamas. Sim, como falar desses dois beat´n up sem levar em conta outros jogos tão importantes como eles. A começar por RENEGADE da Technos Japan, ou melhor dizendo NEKKETSU KOHA KUNIO-KUN um beat´n up que trazia a famosa briga de gangues, mas com uma temática oriental, que girava em torno dos colégios japoneses. Sua versão ocidental, tem muito mais haver com o filme THE WARRIORS do que qualquer outra coisa. Mas foi aqui que a mecânica que conhecemos tomou forma, deslocamento na tela aonde o personagem sobe e desce na mesma, além de ir para a esquerda e direita, mas nesse jogo o jogador estava confinado em pequenas arenas, mas toda a pegada de socar, chutar, aplicar voadoras e até correr e atacar estavam lá, além de poder montar nos inimigos e soca-los enquanto caídos.

Mas o gênero ainda não estava definido, muitos jogos depois vieram e um deles era DOUBLE DRAGON, também criado pela Technos Japan e do mesmo criado de RENEGADE, Yoshihisa Kishimoto. Que trouxe fez o gênero ficar consagrado, ao habilitar o jogo para dois personagens simultâneos, fazendo com que todos os fatores, principalmente o da diversão aumente-se de uma forma absurda. E esse jogo tem muitos movimentos, se comparamos com jogos anteriores, tendo agora três botões em comparação aos dois de RENEGADE, as possibilidades de golpes aumentaram, além dos socos, chutes e voadoras, se podia executar um coice, cotovelada, além da cabeçada e agarrar o inimigo para aplicar uma chuva de joelhadas na cara.

Ai está o rebelde que deu o pontapé inicial para o gênero beat´n up

Mas não ficava por ai, era possível agarrar o inimigo de forma que ele fica-se com a guarda aberta e o outro jogador pudesse castiga-lo a vontade. Além disso a história trouxe novamente a luta de gangues e um final inesperado, aonde os dois irmãos de DOUBLE DRAGON, ao vencer todos os inimigos tinham que lutar um contra o outra para saber quem ficaria com a donzela que foi resgatada. Algo que fez o jogo se tornar ainda mais memorável que RENEGADE. Nesse meio tempo, muitas empresas copiaram a formula, trazendo incríveis jogos, mas ainda faltava alguma coisa. Quando em 1989 os fliperamas recebiam o jogo FINAL FIGHT, com sprites enormes, música marcante e com uma jogabilidade simplificada, mas não pior. Ao contrário isso que o fez um grande sucesso e por trás desse jogo estava a poderosa CAPCOM, que provavelmente pesquisou a fundo pois ela já havia lançado jogos no esquema dos beat´n up, claro o gênero não havia ainda sido definido ou mesmo criado, mas em 1986 uma primeira abordagem foi feita com o jogo TROJAN, que assim como KUNG FU MASTER é um beat´n up, mas com perspectiva de plataforma. Depois em 1987 trouxe AVENGERS outro beat´n up mas agora com uma perspectiva TOP VIEW, lembrando bastante jogos como COMMANDO e GUN SMOKE também da CAPCOM.

Em Abril de 1989 a CAPCOM lançou um jogo mais aos moldes de como o gênero se consagrou, mas com sprites pequenos e uma visão mais distantes, para contar a história de DINASTY WARS, com influência do conto “Three Kingdoms” e baseado em um mangá de sucesso da época. Mas ainda estava longe de ser o que foi FINAL FIGHT. Esse lançado em Dezembro de 1989, trazia novamente aquela história de uma cidade decrepita, abarrotada de gangues e brigões, mas em sua abertura já notamos algo diferente. Um prefeito que tentou acabar com essa criminalidade e teve sua filha sequestrada, fazendo com que o namorado dela e seu amigo, ambos lutadores experientes ajudassem Mike Haggar a resgata-la.

Entra no Fliperama e ver uma introdução assim, era quase como ver uma introdução de filme de ação

Mas não pense que o jogo só fica bom devido a premissa, como falei anteriormente, o jogo simplificou a jogabilidade, colocando apenas dois botões, um para desferir socos e outro para o pulo, mas ainda assim, foi muito bem pensado isso. Pois além de socar e pular, você pode aplicar combos com seus socos, jogar inimigos por cima dos ombros, o famoso “balão”, agarrar e desferir joelhadas e também jogar os inimigos, além de aplicar voadoras em movimento e mesmo parado no lugar que muda o movimento da mesma, mas o melhor e que cada personagem tem características distintas, aplicando combos maiores ou menores, agarrando e jogando os inimigos de forma diferentes e possuindo movimentos especiais, já que todos, ao apertar simultaneamente soco e pulo, giram fazendo com que todos os inimigos a sua volta, sejam lançados ao chão, mas com gasto de um pouco de energia.

E os movimentos não terminam por ai, segurando o controle para baixo ou para cima enquanto soca um inimigo, você joga os inimigos para frente ou para trás, dependendo da direção escolhida, cima, para sua frente, baixo para trás. Aplicando a voadora mas segurando o direcional para baixo, GUY e CODY acertam uma joelhada nos inimigos abrindo sua guarda, e facilitando aplicar combos ou arremessos. MIKE HAGGAR tinha o famoso “pilão” que ao agarrar um in inimigo, pulando e apertando soco o movimento era executado. GUY, podia usar paredes para tomar impulso e dar uma voadora um pouco mais longa. E não podemos esquecer que os inimigos do jogo eram tão carismáticos quanto os personagens principiais.

Não é só de protagonistas que se faz um bom jogo (Imagem: Crow X)

Todos tinham nome e movimentos distintos, sendo que alguns muito inspirados na cultura da época. Além de chefões bem originais e marcantes. A trilha sonora era soberba, entrar em um fliperama e ouvir aquele tipo de trilha era extremamente marcante. E não posso esquecer dos estágios de bônus, um se tornou até referência no jogo STREET FIGHTER II: THE WORLD WARRIOR, que era destruir um carro e também quebrar algumas chapas de gelo ou vidro, depende do fliperama que você ia. Os estágios todos eram, construídos no mapa que aparecia na apresentação do jogo o que deixava claro que à ambientação era uma cidade como Nova York, mas essa se chamava Metro City. Começando com ruas sujas e infestado de lixo até viagens de metrô, áreas industriais, baia e o centro da cidade.

Tudo isso que descrevi definiu ainda mais o gênero e na minha opinião, por mais que DOUBLE DRAGON tenha trazido o COOP para esse tipo de jogo, FINAL FIGHT definiu como eles deveriam ser feitos, buscando jogabilidade simplificada, mas com muitas opções de ataque, cenários bem ambientados e histórias clichês, que marcariam qualquer um que joga-se. Claro que ele também chegou aos consoles caseiros, isso em 1990 para o SUPER FAMICOM, mas na presa de lançar jogos de peso, a versão do SNES ficou bem aquém a do fliperama e não vou entrar nos méritos dela agora. Para mim esse jogo um divisor de águas nesse gênero, que fez praticamente todas as empresas seguir essa formula até ela se esgotar e influenciou até novos gêneros como o HACK´N SLASH, que foi criado com o fim do interesse pelos beat´n up pela maioria dos jogadores. Mas vamos continuar a jornada nesses jogos e agora partindo para um potencial rival que veio de outra gigante dos ARCADE´s a SEGA.

E a CAPCOM não estava sozinha nos ARCADE´s

Claro que naqueles dias não era só nos fliperamas que a SEGA estava se dando bem, o Mega Drive já havia se tornado um sucesso na América do Norte e reverberava esse sucesso pelo mundo. Mas a SEGA assim como a CAPCOM lançou diversos jogos nesse gênero, começando pelos beat´n up no estilo side scrolling com FLASH GAL e MY HERO de 1985 e depois com ALTERED BEAST em 1988. Depois deles também em 1988 a SEGA passou a usar a mecânica que definiu o gênero e com um jogo que nunca vi nos ARCADE´s, mas que conheci no Master System e o jogo era DYNAMITE DUX de 1988. E a partir daí a SEGA lançou vários outros e muitos deles clássicos do ARCADE.

DJ BOY, GOLDEN AXE e TOUGH TURF em 1989, ALIEN STORM e MICHAEL JACKSON’S MOONWALKER de 1990 e por fim ARABIAN FIGHT e D.D. CREW de 1991. Claro que olhando essa lista temos três jogos que se destacam, começando com GOLDEN AXE e ALIEN STORM que seguem o padrão dos clássicos RENEGADE e DOUBLE DRAGON, mas esses tinham uma diferença, ambos possuíam um botão extra, sim, eles eram simplificados em sua jogabilidade um botão de ataque e pulo, você consegue fazer diversos movimentos, mas esse botão extra adicionava um poderoso ataque, que muitos chamavam de “magia”. Essa magia aplicava dano em todos inimigos que estavam na tela e dependendo do personagem eram mais fracas ou mais fortes. E agora caímos no jogo em questão, STREETS OF RAGE. Ele seguiu esse conceito que a SEGA já usava nos ARCADE´s e que diferenciava já logo de cara, mas não era só isso, a perspectiva era mais distante com sprites pequenos nos personagens, mas não perdia nos detalhes nem na jogabilidade. Que também era simplificada e com dois botões era possível fazer muitos movimentos e até alguns a mais. Foi o primeiro jogo a trazer golpes combinamos e era possível também cair em pé ao ser arremessado por um inimigo. Os personagens bebiam da fonte dos próprios jogos da SEGA, mas tinham um pezinho nos clássicos e é claro em FINAL FIGHT, mas ainda assim era pouco coisa. O sistema de cada personagem ter um combo distinto e a facilidade em fazer vários movimentos.

Existe algo que traga mais lembranças boas de uma época do que a abertura de Streets of Rage?

Mas STREETS OF RAGE tinha suas próprias características, uma delas que julgo muito importante era, para jogar jogos como ele, você tinha que ir para um fliperama e isso dava um destaque enorme para o jogo. Ele possuía dois finais distintos, dependendo do que se respondia para o chefão final, antes da luta com ele e o mais importante a trilha sonora. Sim, YUZO KOSHIRO fez algo incrível nesse jogo que até hoje e comentado e louvado pelos fãs e não tem como dizer que a trilha não fez parte na popularização do jogo. Mas ele também tinha todos elementos que mencionei em FINAL FIGHT, jogabilidade simplificada, muitas opções de ataque, cenários bem ambientados e história clichê da época. Mesmo seguindo a cartilha STREETS OF RAGE tinha sua própria identidade.

Mas a coisa ia mudar em breve, STREETS OF RAGE 2 chegou nos Estados Unidos antes mesmo da versão japonesa, que era quase padrão os jogos serem lançados primeiro nas terras do sol nascente. Mas devido ao sucesso a SEGA optou em atingir o mercado aonde ela estava tendo vantagem naquele momento. E STREETS OF RAGE 2 fez uma reviravolta na série, bebendo descaradamente na formula de FINAL FIGHT, mudando a perspectiva para uma bem próxima do FINAL FIGHT, com sprites grandes e com a saída da “magia” com dano em área. Algo que não posso deixar de mencionar são os golpes que podem ser realizados por todos personagens, apertando duas vez para esquerda ou direita no controle junto com o ataque. Cada personagem tem seu ataque especifico e SKATE é o único personagem que corre ao dar esses dois “toquinhos” no controle. O botão extra ganhou uma nova função, um golpe especial que fazia o mesmo que em FINAL FIGHT, quando cercado, usando esse botão o personagem desferia um golpe que derrubava todos eles a custo de energia. Mas não só isso, usando o direcional, tínhamos uma variação do movimento, causando mais dano nos inimigos, mas também com custo de energia e além disso os golpes combinados também deu adeus nessa versão.

Aposto que vocês ainda não tinham visto a arte completa da capinha do jogo

Mas não era só isso, agora o jogo tinha quatro personagens, no jogo anterior eram três. ADAM sai do jogo para que seu irmão mais novo SKATE e MAX um lutador de luta livre. Todos eles tinham diferenças enormes em seus ataques, criando uma variedade enorme e o fator replay se tornou gigantesco para os fãs do gênero. E não só a “magia” saiu como os golpes combinados, mas o jogo criou uma áurea própria, novamente com as hábeis mãos de YUZO KOSHIRO que fez trilhas tão marcantes como no primeiro jogo e até usando uma música do primeiro jogo em uma REMIX usado, tanto na tela título como na fase final do jogo, criando aquela áurea que falei anteriormente. Ele se tornou um sucesso instantâneo, sendo uma dos mais requisitados em locadoras e eu mesmo acabei comprando uma versão piratinha na época, pois não dava apenas para alugar para um final de semana esse jogo.

Esse jogo mostrou que era possível tornar melhor uma continuação de um jogo, colocando o melhor do ARCADE diretamente na casa dos jogadores. Mais estágios, mais pancadaria, sistema simples e com adição de novos movimentos e mais. Porém a CAPCOM não ia ficar para trás e preparou uma continuação para FINAL FIGHT e essa exclusivamente para o console da NINTENDO. FINAL FIGHT 2 surgiu em Maio de 1993, esse trazia a possibilidade de jogar com dois jogadores, algo que o porte do primeiro jogo para o sistema não possuía. Mas agora teríamos dois novos personagens, MAKI e CARLOS além do prefeito de Metro City MIKE HAGGAR novamente no jogo. E mesmo com tudo isso, o jogo não fez aquele sucesso esperado. Na verdade ele era o que todos que tinham SNES esperavam do primeiro FINAL FIGHT. Ele tinha os comandos simplificados, podendo ser feitos grandes variações de movimentos, o jogo trazia literalmente, uma viagem pelo mundo, aonde acontece uma perseguição a vários capangas da gangue MAD GEAR, em busca de informações sobre o sequestro do mestre de GUY e sua noiva.

Maki fez até uma ponta em Capcom vs SNK 2: Mark of Millenium

Mas mesmo assim o jogo não teve o mesmo impacto que o primeiro jogo, repetindo a forma e até de uma forma preguiçosa, pois ele é um ótimo beat´n up, mas não trouxe grandes mudanças nem diferenças em relação ao primeiro jogo. Por mais que ele traga dois novos personagens e participações da Chun-li e Guile de STREET FIGHTER II nos cenários, isso não foi suficiente para um sucesso estrondoso como a continuação de STREETS OF RAGE. E em 1994 a SEGA trazia mais um jogo da série, reformulando mais uma vez seu jogo e adicionando muitas novidades em STREETS OF RAGE 3 e nunca escondi meu desprezo por esse jogo, pois o personagem que mais gosto de jogar, AXEL STONE foi extremamente prejudicado, além de BUGS e uma trilha sonora que não me agradou nem um pouco.

Porém eu prometi ser o mais imparcial possível, então deixa eu tentar pelo menos. STREETS OF RAGE 3 trouxe uma diferença na história, mas não da forma que você está imaginando, existe uma diferença de roteiro entre a versão japonesa e americana. Sendo que a primeira versão, traz uma corrida contra o tempo, pois MR.X o inimigo de todos os jogos, agora tem plantado bombas e criado uma situação de terrorismo na cidade enquanto a versão americana, apenas traz o combate a organização criminosa, que mais uma vez ressurge na cidade. Mas não para por ai, em ambas versões além dos quatro personagens selecionáveis, como na versão anterior, mas agora com uma mudança a saída de MAX e a entrada do DOUTOR ZAN. Mas existia a possibilidade de habilitar mais personagens. Três no total, SHIVA, o guarda costa pessoal de MR. X, ROO um canguru que aparece durante o jogo e ASH, que por ser claramente afeminado foi cortado da versão americana.

O jogo traz novos movimentos como a corrida com dois toques para frente no direcional, agora com o acumulo de pontos, você ganha estrelas, sendo possível acumular três delas e para cada estrela um novo movimento acontece ao usar o movimento, claro, ficando cada vez mais forte. Agora também é possível usar o botão do especial sem gasto de energia, pois foi incluída uma barra que ao se encher lhe dá essa habilidade. Além disso, você pode se esquivar para cima e para baixo usando dois toques no direcional para cima ou para baixo, dando a chance de escapar de diversos ataques e objetos. Além disso o uso das armas agora e contabilizado por uma barra de energia e todos as armas se usadas com os dois toques com o botão de ataque, gera movimentos específicos dependendo do personagem. O jogo possui dois caminhos distintos em um certo momento, aonde o jogador consegue ou não salvar o chefe de polícia, criando esse caminho alternativo, além de possuir 3 finais diferentes.

Não que odeie todas as trilhas do jogo, mas essa aqui tem um pouco da essência dos outros títulos

Os golpes combinamos voltaram, mas sem o mesmo efeito do primeiro jogo. Com uma história renovada, mais opções na jogabilidade, finais diferentes e caminhos alternativos esse jogo para muitos se tornou a melhor versão do jogo e também elevado a clássico, mas não tem como falar que YUZO KOSHIRO acertou na trilha, as coisas já estavam mudando para os ritmos que ele usava e na experimentação não foi algo que destacou essa versão, mesmo tento algumas músicas que são particularmente boas. Se não em engano YUZO BOY não foi o único a fazer as trilhas, talvez por isso o impacto para uma grande maioria foi extremamente fraco nesse ponto no jogo. Mas até aquele momento, encerrava a franquia com um jogo inovador e que foi sempre mudando para melhor e gerando muito sucesso para a SEGA.

Já a CAPCOM também não ficou de fora e em dezembro de 1995, lá no Japão, chegava ao SUPER FAMICOM o jogo FINAL FIGHT 3, também reformulado e literalmente fazendo o contrário bebendo na fonte de STREETS OF RAGE, trazendo 4 personagens selecionáveis, MIKE HAGGAR que participou dos três jogos estava lá, assim como GUY que voltava depois de ficar de fora do FINAL FIGHT 2 e com isso temos dois novos personagens, LUCIA uma detetive de METRO CITY e DEAN um lutador que teve sua família morta. Dessa vez a CAPCOM acertou em cheio, criando muitas possibilidades de ataque, mesmo só se utilizando de dois botões, claro que esse jogo tem uma nova opção de botão que teria a função de manter o personagem em uma mesma direção. E com isso era possível usar dois toques para trás para dar uma esquiva nessa direção, além de ser introduzida a corrida e novos movimentos.

A influência de Street Fighter Zero chegou até Final Fight 3 na postura de luta de Guy

Não só isso, esse jogo tem uma grande influência de STREET FIGHTER ZERO pois uma barra SUPER foi adicionado ao jogo e cada personagem possui uma especial diferente e que se assemelha muito a serie STREET FIGHTER. Além disso agarrar os inimigos por trás e pela frente gera arremessos variados, se o fizer apenas apertando o botão de ataque ou movendo o direcional para esquerda e direita. Além disso, uma nova história de forma, com a derrota da MAD GEAR uma nova gangue surge a SKULL CROSS surge, causando um novo tumulto em METRO CITY e fazendo com que os heróis fossem convocados. O jogo trás de volta tudo que consagrou a série e muito mais, sendo pra mim o definitivo dentro do SNES, já que nos ARCADE´s FINAL FIGHT no quesito beat´n up começou e termino no primeiro jogo.

E agora um veredito, tentei explicar bem as diferenças entre as franquias e destacar o que tinham de melhor e sem favoritismos, pois acredito que ambos jogos tem seus pontos fortes e fracos e se destacaram dentro desse universo. Mas sejamos francos, FINAL FIGHT foi muito importante para o gênero, como falei lá no início ele foi um divisor de águas e não só a CAPCOM, como todas as outras empresas adotaram esse sistema de simplificação dos comandos e mesmo assim, criando a possibilidade de aplicar dezenas de movimentos diferentes, mas temos que levar em conta que STREETS OF RAGE mesmo estando nas plataformas caseiras é considerado por muitos como um jogo de ARCADE e mesmo recebendo influências, como todos os outros, de FINAL FIGHT, inovou de forma brilhantes, mas mesmo com todo sucesso, ficou 26 anos na geladeira até um novo lançamento. Agora deixa eu exemplificar como FINAL FIGHT influenciou todos os jogos posteriores e um deles é o jogo THE PUNISHER da CAPCOM, que tem apenas dois botões e é possível realizar uma gama de movimentos, usando os direcionais, pulo e o famoso dois toques no controle. A própria CAPCOM apostou nesse estilo e a acertou em cheio, criando jogos memoráveis como CAPTAIN COMMANDO, KING OF DRAGONS e muitos outros. Claro que temos beat´n up mais modernos como CADILLACS AND DINOSSAURS e DUNGEONS AND DRAGONS: SHADOW OVER MYSTARA da própria CAPCOM.

Nesse flyer já vemos 4 movimentos diferentes, mas ainda era possível realizar mais 5 ou 6 movimentos

Mas a KONAMI com TEENAGE MUTANT NINJA TURTLES, VENDETTA e X-MEN fizeram o mesmo, temos muitos exemplos e todos derivam do que FINAL FIGHT fidelizou. E antes que eu me esqueça, temos ai FINAL FIGHT STREEWISE, que não consegui repetir a formula de sucesso, sendo execrado por muitos fãs e eu sou um deles, matando de vez a série e de uma forma horrível. E logo teremos STREETS OF RAGE 4 que como não joguei ainda fica difícil opinar sobre o jogo. Mas basicamente é isso, sem FINAL FIGHT o gênero possivelmente não teria se definido e criado raízes dentro da preferência dos jogadores então FINAL FIGHT acaba sendo mais importante que STREETS OF RAGE, mas isso não retira a importância do jogo. Então é isso, sem gosto pessoal envolvido, tentei trilhar os fatos importantes dos jogos, mas preciso dar meu pitaco no final.

STREETS OF RAGE 2 para mim é o supra sumo do gênero, sendo um dos quais mais joguei e tenho até hoje certo domínio, mas mesmo assim, não consigo deixar de ver a importância de FINAL FIGHT, pois sem ele talvez não teríamos o rival da SEGA. Não aconteceria as mudanças dentro do jogo que o tornaram cada vez melhor nem todas as outras empresas tentando emplacar o mesmo sucesso em seus próprios jogos. Agora sim eu encerro meus argumentos e deixo em aberto ai os comentários com suas opiniões, concordando ou não deixe de falar o que pensa sobre essas franquias e agora nos vemos em uma próxima matéria.

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