Do dia 1 ao dia 7 de outubro de 2017, aconteceu uma verdadeira enxurrada de textos e vídeos sobre o recém-lançado jogo CUPHEAD, que chegou a XBLA e PCs dia 29 de setembro. O jogo traz de volta um gênero que estava meio abandonado, que é o RUN´N GUN, muito conhecido pelas séries CONTRA, METAL SLUG e muitas outras, mas em algo ele realmente surpreendeu: os gráficos. O jogo traz toda uma atmosfera dos cartoons dos anos 30 e tudo desenhado minuciosamente para dar aquele efeito de animação, fora que a trilha sonora é um show à parte tendo sido contratada uma BIG BAND que faz o jogador voltar no tempo.


Bem, se fosse isso seria muito bom, mas algo foi duramente criticado por alguns e amado por outros: a DIFICULDADE. Sim, esse é um daqueles jogos em que habilidade, reflexo, precisão e muita prática são necessários, sendo comparado com DARK SOULS que até hoje é sinônimo de dificuldade das novas gerações de jogadores. Mas será que era tudo isso mesmo? Eu acredito que temos dois fatores que tornaram essa polêmica possível. Primeiro, é a questão dos videogames estarem praticamente no patamar POP da cultura geral, não sendo maios algo de nicho, para apenas jogadores, como foi no passado. Hoje todos têm acesso aos jogos, desde um cara que nunca colocou as mãos em um game àquele que joga há mais de 30 anos como eu.


E esse primeiro fator leva ao segundo automaticamente, pois o videogame agora pode ser encontrado na maioria dos lares e na verdade nem precisa estar lá, já que pode ser utilizado celular, tablet e qualquer equipamento eletrônico para jogar. Graças a isso, a indústria dos jogos começou a fazer jogos mais autoexplicativos, nem preciso explicar né? Precisa mesmo de um tutorial? Sim, todos os jogos têm tutoriais, que explicam muito sobre o que é possível fazer no jogo e, em muitos casos, a dificuldade pode cair automaticamente dependendo do desempenho do jogador. Uma forma de tornar possível a jogatina de qualquer que seja a pessoa.


Bem, CUPHEAD é de um gênero que – como mencionei no início – estava em desuso, um gênero que era muito usado nos consoles de 8 e 16 bits e que ainda teve alguns títulos para gerações mais novas, mas atualmente ele praticamente sumiu do mainstream. Porém, o que me surpreende é que CUPHEAD tem um tutorial inicial muito explicativo, detalhando tudo que o jogador poderá fazer no jogo, sendo extremamente útil. E o jogo começa com uma tela bem simples para que o jogador entenda como usar aqueles comandos e movimentos aprendidos no tutorial. À primeira vista, o jogo é simples, sem grandes tarefas ou quebra-cabeças para resolver, apenas atire e ande para frente desviando dos tiros e, claro, dos próprios inimigos que caminham sempre em rota de colisão contra você.


Só que mesmo com tudo isso, seguindo esse padrão já adotado por todas as empresas, o jogo foi considerado um estorvo por muitos, com reclamações e rage quit de muitos criadores de conteúdo para as redes sociais de vídeo, como o famoso Youtube. Olha, pessoal, não minto que ainda não joguei o jogo, também, pudera, estava sem grana e com o enorme fluxo de informações, vídeos e textos eu realmente não me senti compelido nem a pegar uma versão 0800 do PIRATE BAY. Mas assisti centenas de gameplays, pessoas que pareciam verdadeiros imbecis e outros que não sentiram dificuldade nenhuma em platinar o jogo na primeira semana em que ele foi lançado.


E lembrando da polêmica da GAMERTAG, é só colocar “celsoaffini” lá no RETRO ACHIEVEMENTS e saberão a quantidade de jogos que platinei e muitos deles nessa configuração de CUPHEAD, que – como falei – na minha geração era algo constante. Tanto que nem me impressionou muito, pois queria ver quem terminava o METAL SLUG com uma ficha assim como eu fazia na época. Bem, o primeiro jogo é uma baba… huahuahua. Mas pra muitos ainda é um problema, mas mesmo assim, não sei se me surpreendo ou simplesmente tenho a noção de que as coisas mudam e às vezes mudam de um jeito bem drástico. Um gênero comum que foi perdendo espaço e quando trazido de volta depois de alguns anos ausente o pessoal sente como se fosse um parto e não um jogo. Acho que não foi nem uma década sem esse tipo de jogo, pois acredito que no universo indie, jogos de plataforma e jogos no estilo RUN´N GUN eram encontrados.


Então, essa polêmica toda circulou no fato de que qualquer pessoa hoje pode estar jogando os jogos, mesmo criando um padrão para facilitar o processo de adaptação, muitos desses jogadores têm extrema dificuldade em assimilar algo que não é tão obscuro, nem faz centenas de anos que sumiu. Pelo que vejo, o futuro da jogatina parece bem tenso e toda vez que um ciclo se completar e algo voltar, será que vai gerar toda essa polêmica?

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