Praia Grande, final de 1988, começo das férias escolares. Bem, dia 20, eu já estava livre de minhas obrigações por ter fechado o boletim no terceiro trimestre, então já estava desfrutando da casa de veraneio de minha família no Jd. Real, onde não era só com a praia que um garoto como eu se divertia. Além dos sorvetes, caminhadas e da companhia dos meus primos, também tinha os famigerados fliperamas e, em 1988, eu já tinha jogado muita coisa por lá. Tinha o primeiro fliperama que frequentei, do lado da Pizzaria Tio Patinhas, que fechou uns 2 anos antes e depois surgiu o BIG BOY, uma sorveteria que tinha um fliperama ao lado, com jogos como 1942, CHOPLIFTER, BANK PANIC, KUNG FU MASTER e muitos outros que joguei na época. E, é claro, voltando para mais uma temporada, já sabia o que ia jogar e corri para o BIG BOY.
Mas chegando lá, eu já percebi que muita coisa havia mudado, novas máquinas estavam dispostas ali e uma, em particular, me chamou a atenção. Acho que qualquer um que entrasse lá naquele dia e vivesse o alvoroço que estava em volta dessa máquina sentiria o mesmo que eu, uma curiosidade intensa que me fez enfrentar aquela muvuca só para me aproximar, e quando consegui vislumbrar a tela, meu mundo até aquele momento no mundo dos games virou de ponta cabeça. Sprites enormes, briga no meio da rua, gangues, facadas, gigantes quebrando paredes, joelhada na cara dos inimigos e coisas que jamais tinha visto no fliperama e que tinha visto em um filme chamado SELVAGENS DA NOITE, que trazia essa luta de gangues em Nova York, e isso deixa qualquer moleque de 12 anos literalmente em choque.
Bem, acredito que vocês já estão contextualizados com o choque que foi esse jogo pra mim e olha que eu tinha ido lá para jogar BANK PANIC e fui pego de surpresa por DOUBLE DRAGON, que mesmo sem ninguém jogando, praticamente, nos hipnotizava para ficar olhando aquela primeira tretinha que rolava na primeira fase. Então, aposto que para muitos isso deve ter sido o mais marcante inicialmente, pois aquela música ficou impregnada em minha mente e hoje, está em minha alma, só de voltar a ouvi-la, muita memória e saudades daquela época batem à porta. Não tem como deixar de ressaltar a importância disso, pois é o que mais me chamava a atenção na época. Lembro bem de ficar apenas curtindo a abertura quando a grana acabava, teve até uma vez em que o dono do fliperama me deu uma ficha, de tanto que eu secava a máquina… Dias felizes como esse não voltam mais. Mas vamos começar a destrinchar esse jogaço!
Primeiro, deixe-me falar sobre os comandos: algo que pra época era extremamente complexo, hoje é visto como simplista, mas pra época, três botões era algo quase maluco de se ver. Tínhamos um botão de chute, um de pulo e outro para soco e podíamos fazer algumas combinações entre os botões. A disposição deles geralmente era em formato de triângulo, com o pulo em cima, chute à esquerda e soco à direita. Pulo e chute simultaneamente desferiam o que eu chamava de “coice”, um pequeno pulo seguido de um chute desferido para o lado contrário do qual seu personagem estivesse virado. Pulo e soco fazia o personagem a usar a poderosa “cotovelada”, o golpe chave desse jogo. Mas ainda tinha a voadora, que era um pulo seguido do chute ou soco dependendo do lado que você queria acertar: pulo depois chute era a voadora para a esquerda e pulo seguido de soco era a voadora para a direita.
Tinha a cabeçada com dois toques para frente no direcional, fora os agarrões que podiam ser feitos com chute e soco. Com, chute os inimigos eram segurados pelo cabelo e levavam 5 joelhadas na cara, com soco, depois de 2 socos, dependendo da distância, um gancho era desferido ou o inimigos era jogado por cima dos irmãos Lee. Era possível fazer uma combinação, segurar os inimigos para lhes dar 3 ou 4 joelhadas e depois apertar o soco para atirar o inimigo sobre você, causando um dano maior. E não posso me esquecer da constrição, era possível agarrar o inimigo pelas costas e aí outro personagem podia bater à vontade nele, lembrando que depois de uma quantidade de ataques eles caíam no chão, apenas o chicote não os derrubava e, por conta disso, muitas vidas eram ganhas naquela época.
MISSION 1 – THE CITY SLUMS
É aqui que a parada começa, com uma cena emblemática de uma gangue espancando e levando uma garota sequestrada. E, logo em seguida, os irmãos Billy e Jimmy “LEE” saindo da garagem com aquele carrão estacionado ali. Sempre me perguntei: por que eles não pegaram o carro e saíram passando por cima de todo mundo? Hahaha. Mas, voltando para as ruas da cidade, é aqui que você começava a colocar as habilidades à prova e a descobrir o que funciona. Bem, voadora é o golpe mais difícil de acertar em Double Dragon, tanto que eu uso esse movimento apenas para pular em alguma parte necessária. Tentando acertar os inimigos de frente era uma tarefa quase impossível, às vezes batendo e apanhando simultaneamente e caindo ao mesmo tempo no chão, isso com o soco. Com chute, muitas vezes os inimigos se abaixavam, desviando do chute final e já aplicando uma voadora certeira na fuça dos desavisados, então vamos de coice? Sem chance, esse era extremamente ineficaz e todo mundo desviava se estivesse de pé. Ou seja, algo que todos já devem ter sacado depois de tantos anos… USE A COTOVELADA.
O bacana era que, seguindo um pouco pra frente, tinha um tipo de elevador de onde surgia uma loira com seu chicote e, na primeira vez, todo mundo leva umas chicotadas, né? Mas aqui já começávamos ver o poder desse jogo: havia uma escada e nossos heróis podiam subir até uma parte elevada e ali ficar esperando os inimigos para a luta. Claro que se mexesse pra baixo, já caía de maduro no chão. E tinha algo que já chamava atenção ali: uma propaganda gigante com um fusca e, chegando perto dela, um loirão já vinha segurando um taco de beisebol e se você não ficasse esperto, ia comer sopa de canudinho, mas nem pegue o taco, uma das armas mais inúteis desse jogo: além de lenta, os inimigos dificilmente caem nos seus golpes e eles já sapecavam aquela voadora marota para acabar com sua pretensa festa.
E se olhasse bem, tinha uma parede meio trincada logo depois da propaganda, de onde um gigante saía, quebrando-a e atacando com arremessos em que ele gritava “HUEH” e com uma sequência de socos que arrancavam um quadradinho da energia (lembrando: “USE A COTOVELADA”, mesmo esse grandão aí não tinha chance contra ela). Alguns passos pra frente e você já era recebido por uma faca direto em seu peito, mas era possível pará-la com um chute ou uma voadora bem dados. Se falhasse, era uma vida ou um tantão de energia que sumia.
E, claro, mais inimigos, e nem falei deles né… ROPPER e WILLIANS, que, só depois de muitos anos, fui descobrir a relação deles com o filme estrelado por Bruce Lee ENTER DE DRAGON, ou melhor dizendo: OPERAÇÃO DRAGÃO. Nem preciso dizer que os irmãos, heróis desse jogo, têm o “LEE” no nome baseado no maior artista marcial que o mundo já viu. REFERÊNCIAS, NÃO É MESMO? Mas, na época, ninguém sabia disso e ninguém chamava eles dessa forma, eram apenas peões na mão de um grande chefão, todos supunham até aquele momento que era o cara de metralhadora da cena inicial.
Mas agora eles vinham tacando também latão de óleo em cima da gente. E no meio dessa treta toda, avançando um pouco mais para desviar, começa uma música de arrepiar os pelos das costas e, porra, o B.A. do Esquadrão Classe A aparecia com seu moicano imponente e fazendo igual ao outro cara grandão que todos sabem se tratar do ABOBO, mas quem é que sabia disso? Mais uma referência ao filme que destaquei, só que agora representando BOLO YEUNG o gigantão do filme. Mas era tenebroso ver aquela cena, um dos nossos heróis da TV, descendo a bolacha em nós e tudo a troco de nada. Vencê-lo não era difícil, mas quem é que passou dele ou chegou nele na primeira vez? Acho que foram poucos.
MISSION 2 – THE INDUSTRIAL AREA
Depois de levar aquela surra do B.A., começava uma nova missão e o mais interessante: dava pra trazer os dois latões que estavam na primeira missão. Não era muito difícil, mas dava um certo trabalho. Bem, no estágio 2, já éramos recebidos por dois inimigos idênticos aos da primeira fase, apenas coma cor da roupa diferente e eles já vinham jogando dinamite… que era recolhida com muito prazer, para você descobrir que ficar segurando ela na mão por muito tempo dava em um único resultado possível… MORTE! Sim, pegou a dinamite? Jogue-a rapidamente, pois sim, eu perdi uma vida logo de cara aí nessa parte. E de preferência deixe ela no chão e faça os inimigos virem atrás de você, fazendo com que eles fiquem em cima dela… Pra eles também é MORTE certa. E, claro, pegue o caixote e já arremesse na cabeça do que sobrar, lembrando que tem como levar essa caixa conosco até a parte final desse estágio.
Cuidado com o alemão do taco, bem, agora não era alemão, mas, mesmo assim, o esquema era ficar na plataforma de baixo sabugando os inimigos que estavam na mais alta, sem perigo e garantido vida e energia pro futuro. Pulando e escalando a área, você chegava em uma parte com uma esteira, uma entrada para um elevador e vários caixotes empilhados. E não brinque, chapou de inimigos de novo e agora com a loirinha do começo e vários capangas juntos… CAIXOTES neles, é claro! Dava pra chutá-los nos inimigos e às vezes era até o mais fácil fazer isso, além de eficaz.
Claro que quando aquela música de tensão toca você já sabe o que vem… CHEFÃO, mas dessa vez aparecia um elevador de carga e surgia um cara igual a você, mesmas roupas, porém verde… Não preciso lembrar que Billy Lee era azul e Jimmy Lee era vermelho, né? E quando esse boss apareceu na tela, alguém gritou: “Cuidado com o Grilo”. Outro falou alguma coisa assim: “Mata esse catarro”. E, obviamente, por que não jogar o inimigos na esteira que estava funcionando a todo vapor? Quem caía lá dentro não voltava para contar a história, até mesmo você, pois eles faziam o mesmo. Se ficasse dando muita sopa ali, era você que ia sumir dentro daquele buraco. Não preciso dizer novamente né… USE A COTOVELADA.
Era possível também escalar as caixas e preparar uma armadilha para o catarro, mas o ideal era não perder tempo, matar os inimigos rapidamente jogando todos na esteira e derrubando eles no buraco quando esses estivessem lá em cima.
MISSION 3 – THE WOODS
Descendo pelo elevador de onde o chefe surgiu, você já adentra o próximo estágio, o que leva a crer que seja uma extensão da fábrica onde a última batalha aconteceu. E detalhe: dá pra levar mais uma vez o barril e agora também a caixa no elevador até essa fase. Saindo do elevador, mais capangas virão buscá-lo, porém, você pode atraí-los para o canto esquerdo, jogando-os para fora da tela para acabar com eles rapidamente. Mais pra frente, temos a loiraça de chicote estralando, mas aí você já sabe… Preciso dizer de novo: USE A COTOVELADA e use com vontade, pois aqui um dos truques mais manjados de DOUBLE DRAGON acontecia, pegando o chicote da safada e levando um pouco mais à frente até um inimigo surgir.
Se dois players estivessem jogando, pronto, bastava um agarrar o inimigo pelas costas e o outro chicotear até ganhar 2 ou 3 vidas, isso até o tempo acabar, quando todos os personagens perdiam uma vida, depois inverter de jogador para ele ganhar o mesmo número de vidas. Meio trabalhoso, mas nessa parte já começa a aparecer a floresta e nada melhor que curtir a mata, recebendo uma facada ou caindo no buraco logo à frente. O ideal é pegar o cara da faca logo e guardá-la para o ABOBO que virá logo depois dos tocos de árvore, aí é só recepcioná-lo bem com uma boa facada e USE A COTOVELADA a gosto, podendo também usar os troncos para bugá-lo: ficando em cima do tronco e acertando a cotovelada de forma que ele caia pra cima e então descendo e mandando chutes e socos até ele morrer sem deixá-lo cair.
Mas uma das maiores sacanagens desse jogo era atravessar uma ponte, mas pulando um buraco em que, a princípio, todos perdiam suas fichas aos montes. Eu mesmo demorei algum tempo até entender de onde você podia pular com segurança, mas para variar o jogo colocava outro ABOBO do outro lado da ponte e advinha… HUEH! E já ia eu nadar com os peixes mais uma vez. Nem preciso dizer que, ao pular, o negócio era USAR A COTOVELADA para vencê-lo de forma segura e sem se esquecer de não avançar muito, senão já será recebido na facada, e como levei facada na orelha aí!
Claro que, depois de passar essa parte, surgem mais inimigos com faca, então de preferência leve uma consigo, pois mais inimigos virão e agora atirando rochas em você. Mas, claro, guarde a faca para os dois ABOBOS que vão surgir e se você foi corajoso o bastante para trazer um barril ou uma caixa, que é totalmente possível, vai descobrir seu erro agora… hahaha. Eles vão arremessar tudo que tem ali em você mas nada como lançar aquela faca bem guardada em um deles e chutar as coisas uma por vez até matá-los. Se for esperto, ainda consegue levar um barril, o caixote e uma pedra para a próxima fase.
Depois disso você pensa: “Já estarei na próxima missão!”, mas não é apenas uma passagem para o estágio final e essa parte nem conta como uma missão. Porém, assim que você desce na ponte logo abaixo, um catarro estará lhe esperando, então não preciso repetir mais uma vez USE A COTOVELADA ou arremesse tudo que você trouxe nele e, cuidado, são dois catarros aí, além de um inimigo carregando uma dinamite. Se você souber dos esquemas, fará com que ambos vão para o espaço e infelizmente tudo que você trouxe ou tentou trazer até aqui, vai ter que ficar.
Subindo um tipo de tela, você vai encontrar aquele loirão da primeira fase, mas sem o taco, e logo depois dele outro catarro, mas nem preciso dizer né? USE A COTOVELADA! Logo depois disso, aquela música tenebrosa tocará e, pra sua surpresa, o INCRÍVEL HULK vai surgir, mas não é bem o grandioso personagem da MARVEL, é só um ABOBO verde. Mas não se engane, ele é bem rápido, porém, se conseguir fazê-lo cair em cima da pequena plataforma que existe ali, vai dar tudo certo… Desde que ele não caia em cima de você, senão… HUEH.
MISSION 4 – THE HIDEOUT
Aqui é aonde os garotos serão separados dos homens (bem, na época, homem era apenas o cara que vendia a ficha no fliperama). A fase já começa com uma música no mínimo sinistra e tensa, mostrando que as coisas não serão fáceis e, nos primeiros passos para a esquerda, você já nota a verdade sobre essa fase. Blocos gigantes saem da parede tentando impedir seu avanço e garanto que a primeira vez que vi alguém chegando aí foi também a última, só depois de muito tempo que alguém passou e que eu também fui capaz de fazer o mesmo. Mas nada tão ruim que não possa ficar pior. Inimigos surgem em um caminho estreito e abaixo somente lanças afiadas para garfar sua vida, então nem preciso falar: USE A COTOVELADA e cuidado com aquele carinha que carrega a dinamite, aqui não tem como desviar para cima ou para baixo para, então seja esperto e faça eles voarem pro céu com a explosão.
Agora acalmou né? Se engana. Duas estátuas de demônios segurando lanças, uma de frente para a outra, começam a dar estocadas e tudo milimetricamente posicionado de forma que, ao tentar passar, você será atingido e voará pelos ares com aquela cara de que doeu bastante e detalhe: se cair no lugar errado, vai tomar outra furadinha que vai lançá-lo direto para os braços da morte. Além de tudo isso, ainda vem um negão tacando facas. Realmente um passeio no parque para um garoto de 12 anos super vacilão e que não tem coordenação para apertar dois botões simultaneamente. Então, depois de muito dinheiro que era pro sorvete, chegamos em um paredão e lá vêm dois B.A., e acelerados para matá-lo, mas posso dizer com segurança: USE A COTOVELADA. Não é super fácil, mais não é ultra difícil depois do que foi superado até aqui.
Só que, ao derrotá-los, já é possível ver um tapete vermelho e, ao se aproximar, a música da fase é trocada pela música da tela-título e uma penca de inimigos vai surgir, um deles com um taco e um ABOBO que em alguns casos é útil para bugar o jogo e fazê-lo usar o famoso HUEH, lançando-o em uma sacada… E, ao entrar nessa parte final, já é possível ver aquela mulher do começo presa na parede e do outro lado um cara de roupa amarela, exibindo sua maldade e com uma metranca na parede, mascando um chiclete ou sei lá. Então, se o ABOBO o jogasse lá, já dava pra terminar o jogo sem dificuldades, mas aí é tentativa e erro, então boa sorte para quem tentar, pois no fliperama só vi isso acontecer umas 10 vezes e, quando se chega ali pela primeira vez, uma adrenalina é bombeada em seu corpo de tal forma que você sabe que os momentos finais dessa jornada estão chegando e você sai capotando tudo e todos que estão ali.
Bem, nem preciso dizer DE NOVO para USAR A COTOVELADA, acho que muitos já devem ter entendido, sem esse movimento ninguém termina esse jogo com facilidade e aqui é a melhor arma, pois se você encostar na parede e deixar os inimigos virem atrás de você, é só usar a cotovelada e eles farão filinha para levar COTOVELADAS, mas a coisa complica quando alguns dos primeiros capangas da sala morrerem: catarros virão e serão três, mas nesse terceiro o METRANCA já vai puxar a arma da parede e descer e dá pra ver o canalha passando ali no fundo da tela e saindo pela porta e, nessa hora, CORRA, pois nem USANDO A COTOVELADA vai adiantar. Sempre cole nele e nunca dê distância, senão será uma vida jogada no lixo e com certeza aí aparecerão uns catarros e talvez o ABOBO para ajudá-lo, então seja ligeiro e trave os inimigos na parede enquanto desce a lenha no METRANCA, ou vice-versa. Prefiro sempre deixá-lo pro final sem capanga, eu e ele, até a morte. E o mais legal é que tentar agarrá-lo pelos cabelos é ineficaz, pois ele não deixa, mas quando for o último golpe ele vai deixar e aí faça ele voar sobre seus ombros e desfrute do final em que você e a garota do vestido vermelho, conhecida na época como BISCATE, ficam juntos pro HAPPY ENDING.
Porém, se você estiver com um amigo, a coisa muda de figura, pois tem dois irmãos e apenas uma BISCATE, fazendo surgir um taco de beisebol e você terá que capotar seu parceiro que o ajudou durante todo o caminho, para decidir quem fica com ela.
Isso era algo impressionante pra época, o fato de ser o primeiro beat ‘em up com dois jogadores simultâneos nem foi tão marcante assim, mas quando se chegava no final em dupla, o jogo se transformava num verdadeiro espetáculo, pois como você ia imaginar algo assim? Ter que brigar para quem vai ficar com a BISCATE? Esse jogo era impressionante, mas o que mais me impressionou foram dois amigos que fiz lá no Real, Sidney e Samuel, irmãos também que jogavam e terminavam o jogo sempre que podiam e o melhor: nessa parte derradeira, eles não lutavam, eles simplesmente diziam: “Eu não vou brigar com meu irmão por uma BISCATE” e se jogavam simultaneamente no buraco cheio de espinhos, deixando o jogo lá, parado e sem conclusão e isso era hilário pois o fliperama todo já sabia o que ia rolar e muita gente não acreditava. Ainda bem, pois esse jogo pra mim foi um verdadeiro marco, um divisor de águas que trouxe um enxurrada de jogos de briga de rua tão bons ou melhores do que esse. Sem esse incrível jogo, onde estaríamos hoje?
E para quem quiser mais informações, detalhes técnicos e muitas curiosidades, vou deixar um link onde você pode baixar a edição número 14 da revista Game Sênior.
Assino a matéria de capa que nem preciso dizer que é DOUBLE DRAGON, um dos jogos que mais tenho saudades da época e que me fez talvez abraçar o mundo dos games com o fervor que vocês sentem ao ler esses textões que escrevo. E detalhe: USEM A COTOVELADA… hahaha.